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20150715

A Imperial Airways na década de 1930 - Parte 2

(Continuação da postagem anterior)

Em 1930, a troca do biplano pelo monoplano também tornou a experiência da viagem mais espaçosa e confortável. Viajantes gostavam da sensação de já estarem “no futuro”, com partes iguais de aventura e luxo.

 Aproximadamente 50 mil pessoas voaram pela Imperial Airways, entre os anos de 1930 e 1939. Pagaram quantias incrivelmente altas para passear pelo mundo. Os voos mais longos chegavam a cobrir uma distância de mais de 12 mil km e custavam algo em torno de 20 mil dólares, em valores atualizados.

O avião Armstrong Whitworth, mostrado nos principais anúncios publicitários da companhia, possuía as seguintes configurações: O European Class, para viagens curtas, acomodava 32 passageiros, o Imperial Class, com mais conforto, para excursões maiores, e se o voo fosse noturno,  havia o Empire Class, com camas para os seus 20 passageiros, todos com três banheiros e copa.

A Imperial Airways apelava para o consumidor que desejava a maneira mais luxuosa de viajar. Mas nem sempre era muito agradável, às vezes as pessoas passavam mal e faziam uso dos recipientes, colocados discretamente debaixo dos assentos para vomitar.


A pressurização das cabines não ocorreria até os anos 1950, então por conta da altura, muitas vezes precisavam receber oxigênio.
A temperatura dentro da cabine era outro ponto crítico, verdadeiras histórias de terror sobre voos muito frios eram comuns no final de década de 1920.

Em 1939, a Imperial Airways assegurava aos passageiros que esses desconfortos estavam todos no passado: “Não há mais necessidade de se agasalhar e se enrolar em cobertores. Todos os aviões têm aquecimento e ar-condicionado e mais, todas as paredes são acusticamente isoladas, o que permite conversar num tom de voz normal.”

Graças a essas melhorias, a expansão das rotas aéreas através do Império Britânico aconteceu de forma relativamente rápida. No começo de 1932 haviam voos para Cape Town, na África do Sul. Em 1933, os voos já chegavam a Calcutá, na Índia. Já em 1934 teve início um serviço regular de voos para a Austrália.

Hospedagem, alimentação e praticamente qualquer despesa estavam inclusas no preço das passagens, exceto as bebidas alcoólicas. Mas apesar de parecer vantajoso, uma viagem de Londres a Singapura, com 13.600 quilômetros, levava oito dias e incluía paradas em Paris, Brindisi, Atenas, Alexandria, Cairo, Gaza, Bagdá, Basra, Kuwait, Barém, Sharjah, Gwadar, Karachi, Jodhpur, Déli, Cawnpore, Allabad, Calcutá, Akgats, Rangoon, Bancóc e Alor Star. Se isso é cansativo de ler, imagine de viajar.


Cairo devido à sua localização geográfica tornou-se um dos aeroportos mais movimentados do mundo. A cidade era o ponto de partida das rotas da Imperial Airways para o resto do mundo, fosse para a África do Sul, para o sudeste da Ásia ou a Austrália.

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Aliás, a rota de quase 13 mil quilômetros de Cairo a Cidade do Cabo na África do sul, realizou um sonho britânico do final do século 19. As viagens aéreas para a África eram um passo importante para afirmar a força do Império Britânico.
Em 1938, a Imperial Airways tinha uma rede de cerca de 40 mil km e chegava a cada canto do vasto Império. As rotas internacionais eram responsáveis por 90% das distâncias percorridas pela empresa.

Com o início da Segunda Guerra Mundial, voar através do mundo já não se encaixava no ideal britânico para a aviação. A Imperial se fundiu com a British Airways em 1939 para criar a British Overseas Airway Corporation – época que a maior preocupação passou a ser o esforço da guerra.

Fonte:www.cadernodeviagem.com

Post (107) Julho de 2015