(Continuação da postagem anterior)
Em 1930, a troca
do biplano pelo monoplano também tornou a experiência da viagem mais espaçosa e
confortável. Viajantes gostavam da sensação de já estarem “no futuro”, com
partes iguais de aventura e luxo.
Aproximadamente 50 mil pessoas voaram pela
Imperial Airways, entre os anos de 1930 e 1939. Pagaram quantias incrivelmente
altas para passear pelo mundo. Os voos mais longos chegavam a cobrir uma
distância de mais de 12 mil km e custavam algo em torno de 20 mil dólares, em valores
atualizados.
O avião Armstrong Whitworth, mostrado
nos principais anúncios publicitários da companhia, possuía as seguintes configurações:
O European Class, para viagens curtas, acomodava 32 passageiros,
o Imperial Class, com mais conforto, para excursões maiores, e se o voo fosse
noturno, havia o Empire Class, com camas para os seus 20
passageiros, todos com três banheiros e copa.
A Imperial Airways
apelava para o consumidor que desejava a maneira mais luxuosa de viajar. Mas
nem sempre era muito agradável, às vezes as pessoas passavam mal e faziam uso
dos recipientes, colocados discretamente debaixo dos assentos para vomitar.
A
pressurização das cabines não ocorreria até os anos 1950, então por conta da
altura, muitas vezes precisavam receber oxigênio.
A temperatura
dentro da cabine era outro ponto crítico, verdadeiras histórias de terror sobre
voos muito frios eram comuns no final de década de 1920.
Graças a essas
melhorias, a expansão das rotas aéreas através do Império Britânico aconteceu
de forma relativamente rápida. No começo de 1932 haviam voos para Cape Town, na
África do Sul. Em 1933, os voos já chegavam a Calcutá, na Índia. Já em 1934
teve início um serviço regular de voos para a Austrália.
Hospedagem,
alimentação e praticamente qualquer despesa estavam inclusas no preço das
passagens, exceto as bebidas alcoólicas. Mas apesar de parecer vantajoso, uma
viagem de Londres a Singapura, com 13.600 quilômetros, levava oito dias e
incluía paradas em Paris, Brindisi, Atenas, Alexandria, Cairo, Gaza, Bagdá,
Basra, Kuwait, Barém, Sharjah, Gwadar, Karachi, Jodhpur, Déli, Cawnpore,
Allabad, Calcutá, Akgats, Rangoon, Bancóc e Alor Star. Se isso é cansativo de
ler, imagine de viajar.
Cairo devido à sua
localização geográfica tornou-se um dos aeroportos mais movimentados do mundo.
A cidade era o ponto de partida das rotas da Imperial Airways para o resto do
mundo, fosse para a África do Sul, para o sudeste da Ásia ou a Austrália.
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Aliás, a rota de
quase 13 mil quilômetros de Cairo a Cidade do Cabo na África do sul, realizou
um sonho britânico do final do século 19. As viagens aéreas para a África eram
um passo importante para afirmar a força do Império Britânico.
Em 1938, a
Imperial Airways tinha uma rede de cerca de 40 mil km e chegava a cada canto do
vasto Império. As rotas internacionais eram responsáveis por 90% das distâncias
percorridas pela empresa.
Com o início da
Segunda Guerra Mundial, voar através do mundo já não se encaixava no ideal
britânico para a aviação. A Imperial se fundiu com a British Airways em 1939
para criar a British Overseas Airway Corporation – época que a
maior preocupação passou a ser o esforço da guerra.
Fonte:www.cadernodeviagem.com