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20181118

Quando quase criaram um porta-aviões voador



 O porta-aviões aéreo da SHIELD funciona muito bem nos gibis e melhor ainda nos filmes, um veículo imponente futurista e nada prático. Na vida real nunca daria certo e ninguém perderia tempo pensando em algo assim, certo? - Não. 

Na  Guerra Fria a ideia chegou a ser considerada, e havia até precedentes.
No começo da década de 1930 os EUA construíram dois dirigíveis: o USS Akron e o USS Macon, com 240 metros de comprimento, levavam até cinco caças que podiam ser lançados e recuperados através de um trapézio, com o piloto igualando a velocidade do dirigível e se encaixando.


O USS Akron (ZRS-4) dirigível da Marinha dos Estados Unidos entre 1931 e 1933, foi a primeira aeronave do mundo construída com o propósito que servir como nave-mãe, levando consigo aeronaves parasitas. 

Possuía alem de um trapézio de lançamento de aeronaves, um poleiro fixo. O seu caça parasita era o Curtiss F9C Sparrowhawk, que podia ser lançado e recolhido em pleno voo. Tinha um comprimento de 239 m e podia voar a uma velocidade máxima de 128 km/h. Teve o seu vôo inaugural em 25 de setembro de 1931, voou 73 vezes até que em caiu na costa de Nova Jersey, em 4 de abril de 1933.
Sabidamente que como tudo que envolve dirigíveis, não deu certo. Os dois acabaram caindo por causa de tempestades.

Por muito tempo a idéia de uma aeronave levando aviões permaneceu no campo da ficção científica, mas na década de 60 a Lockheed-Martin apresentou estudos preliminares do CL-1201, um avião que estaria muito além de tudo que havia sido criado ou sonhado até então.
Ele teria 182 motores verticais e quatro motores gigantes principais. Durante pouso e decolagem ele usaria combustível normal, mas fora isso a propulsão seria nuclear, graças a um reator de 1,8 megawatt.

Isso daria ao avião uma autonomia de mais de 40 dias. Detalhe: a tripulação seria de 845 homens, pouco menos que um A380 que na configuração máxima leva 868 passageiros.

Para levar tanta gente o CL-1201 seria enorme, pesando mais de 5.200 toneladas, ele teria 170 metros de comprimento e 341 metros de envergadura. Um porta-aviões classe Nimitz tem 332 metros de comprimento. Colocados em proporção ficariam assim:
 
Em um dos modelos propostos esta aeronave rebocaria cinco aviões de apoio logístico do tamanho de Boeings 747, levando carga ou tropas e liberados quando fossem necessários.


Na configuração principal ele levaria 22 caças parasitas presos debaixo das asas, que poderiam ser lançados, recuperados e rearmados. Em teoria isso colocaria esquadrões inteiros próximos dos alvos soviéticos, com combustível no máximo e toda a infraestrutura de suporte e manutenção.

Na prática esses aviões porta-aviões seriam alvos gigantescos para mísseis inimigos, e não trariam nenhuma vantagem a uma estratégia normal de aviões-tanque e bases em países aliados. O CL-1201 seria simplesmente grande demais, caro demais e se tornaria um pesadelo logístico mesmo na improvável possibilidade que ele saísse do chão, ou do papel.

Leia mais em: https://en.wikipedia.org/wiki/USS_Akron_(ZRS-4)
Postagem inspirada em uma do site MeioBit de 09/08/2018.

Post (350) – Novembro de 2018