Desde a descoberta da América surgiu um problema que perdura até os dias de
hoje. Um transporte barato e confiável de pessoas e cargas de um continente
para outro.
Do século
XVIII até o início do século XX, para a maioria dos migrantes europeus havia
apenas uma forma de entrar no “Novo Mundo”, em navios. Sendo muitos destes
navios completamente desatualizados. E
em alguns vôos, que até hoje não são possíveis calcular com exatidão quantos, já
que tais vôos não eram legalmente executados.
Com o desenvolvimento da aviação, o problema do tempo necessário para fazer
tais viagens tornou-se menor. Porem os custos de transporte por aviões,
relativamente pequenos continuavam altos demais.
Foram
criadas aeronaves razoavelmente grandes, mas neste caso, o custo de sua
produção, manutenção e operação para voos transatlânticos permaneceu além do
alcance de uma boa parte da população. Nesta época haviam idéias bem
fundamentadas sobre a criação de grandes aeronaves capazes de transportar uma
grande quantidade de pessoas e cargas.
Apesar de todos os esforços realizados, equipes de engenharia nos EUA não
conseguiram resolver esse problema e atender os requisitos desejados em 1934, desenvolver
uma aeronave verdadeiramente gigantesca.
Vamos
contar um pouco sobre um projeto, que se tornou uma sensação em sua época e atraiu
à atenção da imprensa, o "Gigante Voador do Oceano "
Aqui está um resumo do que você poderia ler nos relatórios publicados na imprensa
em 1934 sobre esta aeronave:
” O problema do tráfego aéreo regular
entre a América e a Europa, apesar do número significativo de voos e do sucesso
de Eckener, Kohl (Köhl) e Gronau, não foi finalmente resolvido.
Isso está forçando cada vez mais
profissionais de ambos os lados do oceano a procurarem soluções para se resolver
este problema.
Por outro lado, o fluxo crescente de
migrantes permitiu que a frota mercante européia aumentasse significativamente.
Se esta viagens fossem aéreas e mais pessoas usassem os serviços deste tipo de
transporte as receitas financeiras permitiriam um desenvolvimento completo nesta
direção.
Com base nessas considerações, os
engenheiros aeronáuticos decidiram criar um gigante voador. O comprimento da
aeronave deveria ser de aproximadamente 100 metros com uma envergadura de 183
metros.
Este gigante levaria de 13 a 16
horas para transportar 1.500 passageiros, uma grande quantidade de carga e
correio através do Atlântico.
Considerando-se que o preço médio atual
de uma cabine de primeira classe entre a Europa e a América é de
aproximadamente U$ 1.000(*) e que uma aeronave gigante poderia transportar
1.500 passageiros em uma direção podermos obtenção do valor total de cerca de U$
1.500.000. Além desse montante, poderia adicionar o pagamento pelo transporte
de mercadorias e correio. Com base nisto este valor seria reduzido substancialmente.
Os americanos argumentam que a
implementação dessa tentadora idéia reside apenas no custo financeiro do
projeto, porem a situação na época é realmente muito difícil.
Por outro lado, após a entrada em
operação desses aviões gigantes, a luta das nações pela Faixa Azul dos Oceanos
também logo se inflamaria no ar.
Hoje podemos avaliar essa idéia como
nada mais que uma ridícula utopia. Até mesmo porque as dificuldades da falta de
tecnologia necessária não permitirão colocar essa idéia em prática.”
Se
considerarmos cuidadosamente essas imagens, podemos imaginar que, se esta aeronave
pudesse voar, o vôo ocorreria sob condições bastante aceitáveis. Tudo foi
pensado para tornar este vôo o mais conveniente possível para os passageiros:
uma sala de jantar com mesas e cadeiras confortáveis, um salão para fumantes e
jogos, um deck de observação com espreguiçadeiras. Naturalmente, a presença de
uma pequena aeronave a bordo que deveria ser lançada com uma catapulta para
fornecer assistência ou fornecer outros serviços em situações perigosas também
foi prevista.
É seguro assumir que esses gigantes poderiam decolar da superfície da água e pousar
na água, contando com apoio de solo para embarque, desembarque de passageiros, cargas
pesadas e carros.
Naquela época (cerca de 80 anos atrás) ninguém sabia nada sobre motores a jato.
Os criadores do projeto da aeronave acreditavam que ela exigiria 12 motores a
pistão com uma potência total de cerca de 100.000 HP.
Para comparação: o gigante Boeing 747 B de hoje tem 70,51 metros de
comprimento, uma envergadura de 59,64 metros - apenas um terço deste projeto -
e pode acomodar um máximo de 500 passageiros, a um preço médio de U$ 1.300. Devido
aos custos operacionais ainda elevados, hoje existem receios fundados de que
esta aeronave, quando opera voos regulares, nem sempre estará completamente lotada.
Você pode avaliar o projeto deste gigante do oceano voador apenas como um produto
da imaginação de alguns visionários. Quem sabe o que poderia resultar desse
empreendimento se naquela época houvesse a tecnologia suficientemente à
disposição dos fabricantes de aeronaves.
Leia mais em:
http://alternathistory.com/kyuner-vinshtraum-kuhner-wunschtraum-letayushhie-okeanskie-giganty/
(*)
Valor da passagem de U$ 1000, hoje atualizado seria algo em torno de U$ 20.000.
Post (358)
– Janeiro de 2019