Páginas

20191123

O avião do Papai Noel

Caros amigos e seguidores !
O Papai Noel já chegou em Canela - Rio Grander do Sul - Venha nos visitar.

Post (392) – Novembro de 2019

20190917

Biplano Fleet Model 1



Projetado pelo Major Reuben Fleet como uma versão menor do avião treinador militar PT-3, o Fleet, compacto e relativamente barato foi à primeira aeronave especificamente projetada para o mercado civil de treinamento de vôo.

O Fleet Model 1, originalmente denominado Consolidated Model 14 Husky Junior e seus derivados eram uma família de aeronaves biplanas de instrução e esportivas produzidas nos Estados Unidos e no Canadá nas décadas de 1920 e 1930.

Eram biplanos com asas escalonadas, trem fixo e cockpit aberto para dois ocupantes. A fuselagem era feita de tubo de aço soldado com estruturas laterais triangulares e as asas tinham uma longarina de madeira com nervuras de duralumínio, sendo a aeronave toda coberta de tecido.

Apesar de uma semelhança com outros modelos da Consolidated, em sua época, era um projeto totalmente novo, originalmente criado como um meio para entrar no mercado civil, porem a empresa abandonou essa ambição pouco antes da conclusão do primeiro protótipo. Os direitos de fabricação foram então adquiridos pelo designer e presidente da Consolidated, Reuben Fleet

Em 9 de novembro de 1928, efetuou o seu primeiro vôo.

Foi um sucesso imediato, e somente no primeiro ano de produção, mais de 300 unidades foram vendidas. A Consolidated respondeu rapidamente comprando a Fleet Aircraft e mantendo-a como subsidiária ao abrir uma segunda linha de produção em Fort Eire, Ontario, Canadá. A fabricação canadense foi também um grande sucesso, com cerca de 600 exemplares construídos para a Royal Canadian Air Force.

Dos fabricados nos EUA, um pequeno número foi comprado pelos militares do Corpo Aéreo do Exercito.  Um protótipo inicial de aeronave e seis subseqüentes treinadores foram comprados pela Marinha. Uma destas versões a N2Y-1, assim como o Curtiss F9C Sparrowhawk foi equipada com ganchos para capturara por trapézio nos dirigíveis USS Akron e do USS Macon [1].

Em 6 de julho de 1930, o piloto de dublês Paul Mantz pilotando um biplano Fleet Model 2 realizou 46 loops consecutivos, conseguindo um recorde internacional que durou quase 50 anos.




Muitos destas aeronaves terminaram em mãos de pilotos civis, que as usavam para recreação e com fins comerciais, fornecendo serviços de passeios e pequenas viagens.

Uma boa história a respeito disto pode-se encontrar no livro “Ilusões”- As Aventuras de um Messias Indeciso de Richard Bach. Livro que comprei em 16 de julho de 1980, reli em Dezembro de 1990 e mais uma vez em Abril de 2006 e por ultimo em Agosto de 2019. O que é digno de nota é que cada vez que releio encontro novas passagens interessantes.

Ainda hoje se podes encontrar em Israel um Fleet Model 1, de registro 4X-AAF na Paradive Aviation Gallery, Habonim Airstrip. A aeronave foi fabricada em 1929 e é alimentada por um motor radial Kinner B-5 e encontra-se em plenas condições de voo.

Características gerais (Modelo 2):

Tripulação: 2
Comprimento: 6,32 m
Envergadura: 8,53 m
Altura: 2,39 m
Área das asas: 18,1 m 2  
Peso vazio: 482 kg
Peso bruto: 826 kg
Capacidade de combustível: 210 L
Motorização: 1 × Motor radial Kinner K-5 com 5 cilindros, 110 cv  
Velocidade máxima: 183 km / h
Velocidade de cruzeiro: 142 km / h
Teto de serviço: 3.700 m

Post (391) – Setembro de 2019

20190827

Payen PA-22 Fléchair


Em 1935, o projetista de aviões Nicolas Roland Payen, Frances, desenvolveu uma aeronave experimental de configuração radical de asa dupla que ele apelidou de "Fléchair" (Flecha). 


 A aeronave tinha um projeto não convencional, como seu conjunto principal de asas delta e na frente asas convencionais curtas. Seu trem de pouso dianteiro era fixo e o cockpit estava mais atrás do que o normal.


O PA 22 / 1R deveria ser alimentado por uma forma inicial de motor Ramjet [1] conhecida como Melot 1R.

Este projeto foi concebido para participar da corrida aérea “Coupe Deutsch de la Meurthe” de 1939. Infelizmente, o motor Melot não conseguiu desenvolver o impulso necessário e o “Coupe Deutsch de la Meurthe” foi cancelado devido ao início da Segunda Guerra Mundial.


Posteriormente Payen redesenhou a aeronave para um motor invertido em linha Regnier 180 CV de seis cilindros refrigerados a ar designado PA 22/2, e foi concluído no final de 1939. 

Enquanto estava sendo testado no túnel de vento em Chalais-Meudon, Paris quando os alemães invadiram a França e o confiscaram.
As forças de ocupação alemãs ficaram intrigadas com o projeto e completaram o teste do túnel de vento.

A aeronave foi renomeada para BI + XB, pintada com as cores alemãs e transferida para Villacoublay.

Em outubro de 1942, o piloto de testes de Payen, Jacques Charpantier, completou o primeiro vôo. Um programa de testes de vôo foi iniciado, e antes de ser concluído, Payen convenceu as autoridades alemãs que modificações eram necessárias e mandou o protótipo retornar à sua fábrica em Juvisy.

Melhorias incluindo uma hélice de passo variável e tanques de combustível suplementares foram iniciados, mas em 1943 um ataque aéreo aliado ao pátio ferroviário de Juvisy também atingiu a fábrica, destruindo o PA 22, único protótipo construído.

Características gerais:

Tripulação: 1
Comprimento: 7,48 m
Envergadura: 4,8 m  
Altura: 2,35 m  
Área da asa: 10 m 2  
Peso vazio: 560 kg  
Peso máximo de descolagem: 955 kg
Motorização: 1 × Motor de pistão Regnier R.6 com 6 Cilindros em linha com resfriamento a ar invertido, 180 HP
Velocidade máxima: 360 km / h  
Velocidade de cruzeiro: 330 km / h
Autonomia: 1.200 km
Teto de serviço: 5.600 m

1 - Ramjet é um tipo de motor a jato que não possui partes móveis e pode ser particularmente bem utilizado em aplicações que requeiram motores simples e pequenos.

 Post (390) – Agosto de 2019

20190412

Um voo a bordo de um antigo biplano


Esta é uma pequena história de um corajoso passageiro voando pela primeira vez em um biplano.
Primeiramente é importante entender o que é um Biplano.

Biplano é uma aeronave com duas superfícies de sustentação verticalmente paralelas, uma asa sobre a outra. Foi uma configuração muito usada até os anos 40, mas caiu em desuso gradativamente por apresentar grande arrasto aerodinâmico, impedindo que o avião alcançasse altas velocidades, mesmo com motores potentes. Por outro lado, o biplano possui grande manobrabilidade por possuir asas mais curtas e, portanto, menor momento angular no sentido longitudinal.

Atualmente, existem ainda muitos modelos de Biplanos restaurados, em museus e em mãos de colecionadores. Alguns ainda hoje são usados com finalidades, entre outras, de fornecer a pessoas corajosas como eu passeios inesquecíveis.

Falar sobre o Biplano muito já se fez, mas particularmente não de sua cabine de pilotagem e da sensação de estar senado nela, de certa forma ser muito agradável e voar nele muito menos ainda.

O Cockpit, o mesmo original de sua época  é um local situado na parte dianteira da fuselagem da aeronave onde os ocupantes se acomodam para pilotar e viajar. 
Ele inclui uma série interminável de instrumentos necessários para o vôo – para nós leigos são complicados – tais como o velocímetro, o horizonte artificial, o altímetro e os pedais, as manetes de mistura para controle do motor, botões, alavancas e muito mais. Além do manche que aparentemente brota do piso e os cabos dos comandos traseiros passando pelo assoalho.

Dependendo do seu modelo, uma cabine de pilotagem pode abrigar além do piloto, um copiloto, navegador, observador, artilheiro e ou simplesmente um passageiro. Assim era a maioria dos antigos biplanos da época da primeira Grande Guerra Mundial.

"- Como passageiro recebo um gorro de couro com um par de óculos acoplados que remontam ao princípio do século passado. "Só faltou o cachecol", penso.

Voar, afinal, é uma das sagradas circunstâncias em que homem e máquina, através das nuvens, assumem uma só silhueta e eu estou prestes a viver esta aventura.

Para entrar, piso na base da asa com cuidado, no local previamente marcado, apoio as mãos sobre a fuselagem e mergulho para dentro do cocknpit. O banco é bem simples, uma armação metálica com acento e encosto de lona, confortável até certo ponto. Enquanto fixo o cinto de segurança, o piloto dá a ordem para que o mecânico em terra acione a hélice. O ronco do motor radial é barulhento, perece dócil e vigoroso, com a potência para necessária para levantar grama e poeira da pequena pista de pouso e decolagem. Posiciono os óculos e sinto os solavancos dos primeiros movimentos da máquina. Estamos partindo, deixando o solo.

O vento no rosto é como voar com uma motocicleta, além do som estonteante do motor que é parte do pacote, o cheiro do combustível queimando é como em perfume bem estranho para quem não esta acostumado.

Logo o piloto estabiliza a aeronave uma altitude não muito elevada. Olho para cima, para baixo e para os lados e pela primeira vez desfruto da sensação de estar voando de verdade, livre como um pássaro totalmente diferente de como estar em um vôo comercial.
O passeio ganha ares indescritíveis, o clima está agradável, sinto os raios do Sol e uma sensação do frio provocado pela altitude, um pouco de medo durante algumas manobras, não vou negar.
A para mim a grande aventura termina com uma aterrissagem precisa, até onde um antigo biplano consegue, depois disto entendi o porquê de Richard Bach, escritor do clássico Fernão Capelo Gaivota, usar a história de uma gaivota para falar sobre liberdade."

 Post (389) – Abril de 2019