A festa acabou quando em 1960 um sujeito chamado Francis Gary Powers
descobriu que os mísseis soviéticos haviam evoluído, e atingiam sim alvos
a 70 mil pés. Mesmo assim o U2 continuou em uso. Até hoje ele faz
pesquisas para a NASA e — talvez — missões em regiões onde o inimigo não tenha
a capacidade antiaérea dos russos.
Em teoria ele seria substituído por drones, mas a maioria não tem
as capacidades ou a performance do U2. O Globalhawk é exceção, mas ele é danado
de caro. Uma hora de vôo sai por US$ 24 mil. O U2 é mais caro ainda, US$ 32 mil
por hora, mas isso inclui o piloto.
A Lockheed-Martin está propondo uma mudança radical: por US$
700 milhões se oferecem para transformar três U2s em drones.
Isso aliás é impressionante. Um avião-robô do Século XXI não chega aos
pés de um equipamento projetado no começo dos Anos 1950, cujo único grande
defeito é exigir dois humanos para pilotá-lo. Pois bem, problema
resolvido. E ainda dá pra colocar uns 5 kg de C4 no banco do piloto, pra
detonar a aeronave se ela pousar na Melhor Coréia.