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20150908

Empresa aérea vai pesar passageiros antes dos vôos

Nos primórdios da aviação as aeronaves voavam muito mais no limite. Era preciso manter controle sobre todos os kg a bordo, por isso além das bagagens outro dado era cuidadosamente monitorado: o peso dos passageiros. Não que você fosse cobrado por kg, para alívio dos gordinhos.


Não que não seja importante manter controle do peso e do centro de gravidade de uma aeronave. Isso hoje é feito com o combustível, nos chamados tanques de trimagem, e com superfícies de controle no estabilizador horizontal.

Em submarinos também é preciso trimar a embarcação, enchendo e esvaziando tanques de lastro até que ela fique com inclinação zero. Um trote comum em oficiais novatos é o Capitão mandar o sujeito trimar o barco pela primeira vez sem saber que um bando de desocupados estará correndo em grupo, entre a popa e a proa, modificando o centro de gravidade e deixando o jovem oficial suando frio.
Outras vezes alterar o centro de gravidade não é tão divertido, como neste Galaxy dos EUA que durante a decolagem a carga se soltou, jogou o centro de gravidade pra traseira, forçou uma inclinação, estol e… veja.


Agora a ideia de pesar os passageiros foi ressuscitada. A Uzbekistan Airways avisou que vai começar a pesar os passageiros. Dizem que estão obedecendo a normas de segurança da IATA.

Agora imagine se os passageiros desse hidroavião resolvem todos levantar nesta incrível cabine e correr para ver algo no fundo do avião. Desastre certo. Sim, os assentos melhoraram um pouco, se bem que assim como a Gol esses também não vinham com conexão USB.

Em verdade é provável que a explicação seja bem mais simples. Cada grama de combustível não-usado é peso morto, mas as normas exigem que a aeronave tenha uma reserva considerável. Só que essa reserva é calculada tendo em base o peso total do avião.

Se você tiver uma ideia exata do peso dos passageiros e da bagagem não precisa aplicar fórmulas estatísticas, então se um 737 com 149 clones da Sandy decolar só precisa de combustível de reserva para o equivalente a 5.960 kg de passageiros. Se as fórmulas usassem o peso médio de um americano o combustível extra deveria ser suficiente para transportar com segurança 11.920 kg de passageiros.



Em resumo: é uma economia  que só funciona em exemplos absurdos como o usado, causará constrangimento entre os passageiros e acrescentará ZERO em termos de segurança.
Agora fica a dúvida: isso é coisa que só acontece no Uzbequistão mesmo ou já tem executivo de um monte de empresas pensando nisto?

Fonte: RT - Texto de Carlos Caroso – Site MeioBit

Post (142) – Setembro de 2015