Nos
primórdios da aviação as aeronaves voavam muito mais no limite. Era
preciso manter controle sobre todos os kg a bordo, por isso além das bagagens
outro dado era cuidadosamente monitorado: o peso dos passageiros. Não que você
fosse cobrado por kg, para alívio dos gordinhos.
Não que não seja importante manter controle do peso e do centro de gravidade de uma aeronave. Isso hoje é feito com o combustível, nos chamados tanques de trimagem, e com superfícies de controle no estabilizador horizontal.
Em
submarinos também é preciso trimar a embarcação, enchendo e esvaziando tanques
de lastro até que ela fique com inclinação zero. Um trote comum em
oficiais novatos é o Capitão mandar o sujeito trimar o barco pela primeira vez
sem saber que um bando de desocupados estará correndo em grupo, entre a
popa e a proa, modificando o centro de gravidade e deixando o jovem oficial
suando frio.
Outras
vezes alterar o centro de gravidade não é tão divertido, como neste
Galaxy dos EUA que durante a decolagem a carga se soltou, jogou o centro
de gravidade pra traseira, forçou uma inclinação, estol e… veja.
Agora a ideia de pesar os passageiros foi ressuscitada. A Uzbekistan Airways avisou que vai começar a pesar os passageiros. Dizem que estão obedecendo a normas de segurança da IATA.
Agora imagine se os passageiros desse hidroavião resolvem todos levantar nesta incrível cabine e correr para ver algo no fundo do avião. Desastre certo. Sim, os assentos melhoraram um pouco, se bem que assim como a Gol esses também não vinham com conexão USB.
Agora imagine se os passageiros desse hidroavião resolvem todos levantar nesta incrível cabine e correr para ver algo no fundo do avião. Desastre certo. Sim, os assentos melhoraram um pouco, se bem que assim como a Gol esses também não vinham com conexão USB.
Em verdade é provável que a explicação seja bem mais simples. Cada grama de combustível não-usado é peso morto, mas as normas exigem que a aeronave tenha uma reserva considerável. Só que essa reserva é calculada tendo em base o peso total do avião.
Se você tiver uma ideia exata do peso dos
passageiros e da bagagem não precisa aplicar fórmulas estatísticas, então se
um 737 com 149 clones da Sandy decolar só precisa de combustível de
reserva para o equivalente a 5.960 kg de passageiros. Se as fórmulas
usassem o peso médio de um americano o combustível extra deveria ser
suficiente para transportar com segurança 11.920 kg de passageiros.
Em resumo: é uma economia que só funciona em
exemplos absurdos como o usado, causará constrangimento entre os passageiros
e acrescentará ZERO em termos de segurança.
Agora fica a dúvida: isso é coisa que só acontece
no Uzbequistão mesmo ou já tem executivo de um monte de empresas pensando nisto?
Post (142) – Setembro de 2015