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20190407

14-X – O hipersônico brasileiro


O 14-X é um protótipo brasileiro de aeronave drone de uso militar hipersônica não tripulada (VANT) em desenvolvimento, nomeado 14-X em homenagem ao 14-Bis de Alberto Santos Dumont.
 
Concepção artística do 14-X em órbita.
O 14-X está sendo desenvolvido pelo IEAv (Instituto de Estudos Avançados), mais especificamente no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu em São José dos Campos / SP.

Esta aeronave será equipada com um motor scramjet, que é integrado na fuselagem e não tem partes móveis.
O princípio de funcionamento do motor é que, durante o voo, o ar é comprimido pela geometria e velocidade do veículo e dirigido para o motor na parte inferior da aeronave. O hidrogênio é utilizado como combustível. O veículo irá utilizar o "conceito waverider". Uma onda de atrito, na parte inferior da aeronave fornece sustentabilidade. 

Tanto a aeronave quanto o motor são de construção totalmente brasileira, sendo que os testes do motor hipersônico já tiveram início no mês de outubro de 2009. A previsão é que o 14-X faça seu primeiro voo de teste seja em 2020. 

Quadro comparativo de velocidade entre aeronaves
A aeronave será lançada por um foguete até atingir o ponto de combustão hipersônica. Isso porque o motor não tem capacidade de aceleração a partir do zero. O lançamento do 14-X poderá ser realizado por um foguete de sondagem brasileiro VS-40 ou um foguete do tipo do Pegasus, que colocou em órbita os satélites SCD-1 e SCD-2, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e ao atingir 100 mil pés de altitude será acionado e deverá chegar a Mach 10 isso porque os motores scramjet necessitam de um impulso inicial até que atinjam o ponto de combustão, que é uma velocidade de 7.000 km/h.

Com o desenvolvimento desta tecnologia, o Brasil passa a ter a oportunidade inédita de seguir uma linha de pesquisa avançada em um momento estratégico, pois atualmente nenhum país no mundo domina a tecnologia dos motores hipersônicos. Os outros países que buscam dominar essa tecnologia são hoje os Estados Unidos, Japão, Austrália, Rússia,França e China. 

Modelo de 80 cm do 14-X em teste no túnel de vento no T3, trata-se de uma aeronave com 80 cm de comprimento, construída em aço inoxidável.
O projeto e os primeiros testes iniciaram no segundo semestre de 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou um mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Atualmente, a sua teoria encontra-se prestes a se tornar realidade.

“Se os testes forem bem-sucedidos, o Brasil chegará ao topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos estadunidenses”. Segundo o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv e é um dos pais do 14-X,

As aplicações práticas de uma aeronave hipersônica são bastante variadas. Sendo considerado um dos meios mais eficientes de acesso ao espaço para um futuro próximo, podendo ser utilizada para colocar satélites em órbita e fazer voos suborbitais. Além disso, essa tecnologia pode ser usada em outras áreas, como por exemplo, nos Estados Unidos, que atualmente testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem utilizá-la em mísseis intercontinentais. Outra expectativa, é que o voo hipersônico possa ser também empregado na aviação civil. Uma viagem de São Paulo a Londres com essa tecnologia seria realizada em torno de uma hora.

Características principais:

Tipo: Drone de uso militar
País de origem: Brasil
Fabricante: Instituto de Estudos Avançados (IEAv)- FAB
Comprimento: 2,00 m 
Envergadura: 0,83 m 
Peso vazio: 250 kg 
Peso carregado: 400 kg
Motorização: 3 x Scramjet
Velocidade máxima: 11.000 km/h 
Teto máximo: 30.480 m


Post (386) – Abril de 2019