Nascido em 1968, no Rio de
Janeiro, Daniel Uhr . Filho de um chefe de equipe na extinta VARIG, a primeira
companhia de aviação do Brasil, Uhr rabisca desde criança. Unindo o interesse
por aviões fomentado pelo pai e o talento para o desenho, Daniel é, hoje,
ilustrador de aviões. Seus trabalhos já fizeram parte de revistas do mundo
inteiro, como a da Força Aérea Brasileira, a americana Aviation History e a
polonesa Fluid. Além das revistas, também ilustra caixas de kits, escreveu um
livro intitulado Luftwaffe Confidencial e também teve uma exposição
individual, chamada “Impressions of a Dream’, que aconteceu em 2008.
"Conversamos com Daniel sobre sua
carreira numa entrevista que você confere abaixo. O talento do artista você
confere observando as fotos que compões essa matéria, todas ©Daniel Uhr": por Suzanne Tanoue - http://www.zupi.com.br/
Como
surgiu seu interesse por arte? Veio primeiro que o interesse por aviação?
Não lembro ao certo, acho que se
mesclam. O interesse pelo avião se deu por referência ao meu pai, que era chefe
de equipe na VARIG. E eu desde bebê já viajava de avião. Por outro lado, sempre
desenhei e fui bastante incentivado pelos meus pais. No meu quarto tinha uma
parede só para eu rabiscar. Minha mãe fez assim, acho, até para poupar as
demais do apartamento.
Pouco depois (8-9 anos),
lembro-me do meu pai comprando aviões em escala (Kit tipo Revell) para eu
montar. Eles vinham numas caixas com as tampas ilustradas. Eu as achava lindas,
a ponto de recortar e guardá-las. Já pré-adolescente, completamente apaixonado
por aviões, nas livrarias eu admirava por longo tempo as ilustrações e falava para
mim mesmo: “eu quero fazer isto”. Ilustrar
livros, além de tampas de caixas para os modelos em escala.
livros, além de tampas de caixas para os modelos em escala.
Quais
foram os primeiros passos da sua carreira?
Foram as tentativas de fazer
layouts fictícios de tampas de caixa em gouache e cópias em vegetal de perfis
de aviões já publicados. Passava horas desenhando a mão. Não existia
computador. Mas para eu me fazer visto pelo mercado, levou um tempo. Só mais
velho, na faculdade, após ter trabalhado em agências de design e publicidade,
comecei a procurar as editoras, levando alguns trabalhos, inicialmente no Rio e
depois SP.
Em paralelo, busquei algumas
empresas de Kits fora, já que no Brasil não mais existiam. Esta busca se deu,
inicialmente, pelas grandes empresas. Mas à medida que ia me aprofundando, fui
descobrindo várias outras, não tão grandes. Mas com uma produção considerável.
Logo, um mercado potencial.
De todas estas prospecções
surgiram frutos e me fizeram trabalhar, não só para editoras nacionais, mas
também para empresas de kits na Alemanha, China, Hong Kong, Tchecoslováquia e
Austrália. Os resultados obtidos me foram tão gratificantes que retomei um
projeto antigo (sonho) de fazer um livro sobre aviação e anos depois foi
publicado.
Como
surgem os convites de revistas estrangeiras para as ilustrações?
Após alguns trabalhos feitos para
a indústria de kits, fiz um portfólio com os melhores e comecei a mandar via
e-mail para as editoras. A princípio não tive nenhum trabalho de imediato, mas
meus contatos foram guardados. Meses depois fui contatado por uma editora
americana para ilustrar uma matéria. Na última edição além do miolo da matéria
fiz as páginas de abertura.
Ao mesmo tempo algumas pessoas do
exterior me procuraram, dentre elas um autor me convidou para fazer as
ilustrações do seu livro. Topei e ilustrei quase o livro todo, numa publicação
posterior desse mesmo autor fiz a capa. Ele me indicou para uma editora inglesa
para a qual eu já fiz duas capas recentemente.
Qual é o
seu software preferido com o qual trabalhar?
Não tenho um específico, depende
do projeto da etapa e da aplicação final (qual o produto, mercado e público
alvo). Mas normalmente trabalho com Corel, Photoshop, Rhino e Flamingo. Já
trabalhei bastante com o Painter.
Com quais
outras técnicas, além de digitais, você gosta de trabalhar?
Gouache, areografia, óleo e
pastel óleo, além do lapís e a caneta esferográfica.
Tem algum
projeto que é o seu preferido, o seu “xodó”?
Sim, alguns. Cada um representa
uma etapa, uma vitória importante ao longo desta trajetória. Tampa de caixa foi
o Myasishchev M-17 a primeira, depois um MiG 17 também para tampa de caixa, mas
esta para uma grande empresa.
O livro Luftwaffe Confidencial
(esgotado), feito em parceria com meu amigo Claudio Lamas que foi
posteriormente republicado numa versão revisada e ampliada em inglês, por uma
editora alemã, sob o título Luftwaffe Confidential. Recentemente a capa do
livro American Secret Projects.
Quais são
os próximos passos para você e sua carreira?
Continuar me aprimorando e
estudando cada vez mais, prospectar novos trabalhos, fazer dois novos livros e,
quem sabe, expandir a minha área de atuação. Como por exemplo, dar palestra
sobre o assunto.
Veja suas incríveis imagens em:
Http://www.duhraviationart.com/#/portfolio