Quem
já voou no 787 diz que ele faz jus ao nome “Dreamliner”. Uma aeronave em estado
da arte, fruto da expertise dos técnicos da Boeing e de outras companhias
parceiras, ele chama a atenção por onde passa e por incrível que pareça, está
disponível como opção de jato particular, pela bagatela de US$ 300 milhões. E acredite até agosto último ela já havia
vendido 15 unidades do tipo.
Tudo
no avião é de ponta, o que justifica o custo individual de US$ 224 milhões.
Cada parafuso, correia, vidro, botão foi minuciosamente estudado de modo a
proporcionar a definitiva experiência de voo para seus passageiros, mas isso
não impede a Boeing de ser um pouco ousada.
Anos
atrás pouca gente se arriscava a mencionar impressão 3D em aplicações mais
críticas. Todo mundo achava que seria o caso de uso ou em soluções domésticas
ou estudos em laboratórios, mas hoje a técnica é empregada até para imprimir
tecidos vivos e outras coisas no campo da medicina. A impressão de peças
industriais também é uma realidade, embora não seja muito comum; claro que não
estamos falando de nada feito com plástico e sim com materiais mais duráveis
como aço titânio.
Hoje
a GE já imprime os bocais de combustível dos 787s, mas a Boeing queria algo
mais arrojado: partes estruturais do avião produzidas graças à impressão
3D. Para isso ela contou com a Norsk Titanium, uma companhia norueguesa para
produzir peças em titânio para a fuselagem por um simples motivo: o avião é
tão, mas tão grande que consome metal demais. Partir para a impressão de
componentes estruturais reduz os custos de fabricação consideravelmente, e
parceria pode representar um economia de dois a três milhões de dólares por
aeronave.
A
Boeing monta 144 Dreamliners por ano; tal estratégia permitiria
fabricar mais dois só com o que foi poupado.
As
peças passaram pelos diversos e rigorosos testes impostos pela FAA e pela Norsk
agora aguarda a aprovação final, que deve chegar até o fim do ano. Assim os
componentes impressos em titânio devem equipar os próximos 787s que sairão da
fábrica da Boeing em 2018. Por isso muito em breve você poderá estar num voo
dentro do “sonho sobre asas” da Boeing sem se dar conta que boa parte dele foi
impresso em 3D.
Post (297) - Abril de 2017 (84.254)