20150630

Troque por um a jato !

Vejam o que nos conta uma reportagem da revista Mecânica Popular de Abril de 1950...

" Pergunto-me o que é, e como?

Quantos passageiros das companhias aéreas, olhando pela janela vêm caças e bombardeiros passando rápido ao longe, já fizeram essa pergunta:

“Como em breve eu vou fazer isso?

Esses jatos, muitos com asas inclinadas para trás como gansos selvagens em vôo, estão levantando a cortina sobre os novos tempos da velocidade no transporte.

Uma geração de viajantes, acostumados aos horários de aviões convencionais, terão uma sacudida com a chegada deles. 
Não amanhã, mas jatos começarão inquestionavelmente suas operações já programadas em meados de 1952.

Cada grande avanço no transporte mudou a vida do homem por tempo e distâncias telescópicas, foram assim com a carruagem, o automóvel, o avião com motores alternativos, a locomotiva a vapor e agora o avião a jato.

Tudo aponta para uma grande mudança a partir dos aviões a jato comerciais de amanhã e talvez quem sabe foguetes, como foi do cavalo para o automóvel. Com a propulsão a jato possibilitando que qualquer canto do mundo esteja acessível em questão de horas. Eles vão ser mais silenciosos internamente do que os aviões com motores alternativos de hoje, vão vibrar muito menos e voar muito mais alto.

Antes deste século terminar, um viajante do ar poderá deixar Londres para passar um fim de semana em New York e ser capaz de dizer: “Bem, até a volta, vou chegar a New York City a 25 minutos atrás. Ficou confuso? Sim, mas perfeitamente possível com a velocidade de jato. Competindo com o sol ele realmente vai chegar minutos antes do horário que deixou Londres, considerando os horários locais.

Regras de tráfego aéreo de hoje serão obsoletas. Jatos, com a sua extraordinária seleção tarifária e de consumo de combustível, não poderão perder o seu tempo precioso e serem empilhados em aeroportos ou a espera até que tenham espaço para aterrissar. Uma aeronave com motor a jato do porte do DC-6 iria queimar quatro vezes mais combustível por hora.

Haverão muitas dificuldades a superar, também, antes destes recém chegados de alta velocidade serem absorvidos pelo sistema de transportes do mundo, mas nós não estamos falando de fantasia: os jato puros do futuro já chegaram e estão voando.


Encabeçando a parada, como primeiro jato de passageiros do mundo levando turbojet, está o Inglês De Havilland Comet.

Ainda experimental, viajando de Londres ao norte da África ida e volta cerca de 3.000 milhas a uma velocidade média entre 450 e 500 milhas por hora, aproximadamente 200 milhas por hora mais rápido do que os melhores aviões comerciais de hoje em dia.
Assim como os primeiros automóveis pareciam muito com as carruagens que vieram a substituir, o Comet tem poucas diferenças radicais, não é revolucionário na aparência, mas é um avião muito bem otimizado.


Seus quatro motores estão embutidos em asas finas, apenas moderadamente inclinadas para trás. Possui um trem de pouso atarracado, tornado possível pela ausência de hélices, possibilitando que o avião fique mais perto do chão, simplificando as operações de embarque, carga e descarga.

Os jatos podem operar em grandes altitudes, tornando-os mais econômicos, de modo que o Comet vai voar, tanto quanto possível a 40.000 pés - quase duas vezes mais alto que os transportes aéreos da atualidade. Isso significou a necessidade da construção de uma fuselagem com um diferencial de pressão de mais de oito libras por polegada quadrada. Em vez de rebites, as superfícies são coladas entre si com uma resina de uma combinação de plásticos, aplicado com grande calor e pressão.

A um custo de £ 105,000 o Havilland será capaz a operar a partir dos atuais aeroportos de tamanho médio.

Quanto ao combustível, usará uma combinação de 99% de querosene e 1% de óleo do tipo usado em "lutadores" britânicos nos últimos anos.

Os Comets normalmente operarão com uma tripulação de 4 para 36 passageiros".

Outro meio de transporte turbojato em testes de voo no mundo, pela Avro do Canadá, é mais leve que o Comet e destina-se a rotas mais curtas, de 200 a 800 milhas. Mas isto já é outra história

Fonte: Reportagem da Magazine Popular Mechanics, Abril de 1950 – em uma tradução livre, adaptada ao nosso linguajar.

Post (096) - Junho de 2015