20170322

Rockwell B-1 Lancer

Em 1998, com a retirada de serviço do General Dynamics/Grumman EF-111A Raven  e do Grumman F-14 Tomcat  em 2006, o B-1B tornou-se a única aeronave militar norte-americana de geometria variável  a se encontrar em serviço ativo. Há planos do B-1B permanecer em atividade até a década de 2020, quando será suplementado pelo projeto Next Generation Bomber.

Concebido na década de 1960, o Rockwell B-1 Lancer é um bombardeiro estratégico quadrimotor norte americano de geometria variável, supersônico com carga e alcance suficientes para substituir o Boeing B-52 Stratofortrees , é um penetrador de baixa altitude e longo alcance, com capacidade de velocidade supersônica a grande altitudes.

Em 5 de junho de 1970, reconhecendo a necessidade urgente de desenvolver um avião capaz de penetrar as defesas soviéticas, a USAF deu início a uma série de estudos que finalmente levaram ao Rockwell B-1A, Foram encomendados 7 aviões: 5 para testes de vôo e 2 para testes estáticos e de fadiga de materiais.
Logo ficou claro que o B-1A era na época a prioridade número um da USAF no que se referia à alocação de verbas de orçamento: "Nada será obstáculo ao B-1", declarou um político os críticos que se mostravam receosos que o B-1 seria o aparelho mais caro da história da aviação.  Acabou não sendo: esse título cabe ao B-2  Spirit (por volta de 2 bilhões de dólares).


Em dezembro de 1971 ficou pronto um modelo do B-1 A em tamanho natural. Neste já se apresentavam algumas das características notáveis do avião: um sistema de ejeção baseado numa cápsula, asas de geometria variável e um elaborado radar de mapeamento.

Em 26 de outubro de 1974, o primeiro B-1 A (n° 74-158) saiu da fábrica 42 da Rockwell em Palmdale, California.  Era todo pintado de branco.

Em 23 de dezembro de 1974, ocorreu o vôo inaugural sob o comando de Charles Bock. O Comando Aéreo Estratégico passou à fase de planejar a compra de 240 exemplares do avião, que se tornariam operacionais em 1982.No entanto, o projeto continuava a ser duramente criticado pelo Comitê das Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos, eles argumentavam que com alguns melhoramentos, os velhos B-52 poderiam continuar a ser usados até à década de 1990  (o que aconteceu). Conforme tais críticos, os B-52 não precisariam penetrar as defesas soviéticas, podendo disparar mísseis a partir de posições distantes das fronteiras do inimigo.

Em 30 de junho de 1977, o golpe mais forte veio quando o recém-eleito presidente Jimmy Carter  anunciou que o governo não investiria mais na produção do B-1 A, porem os testes poderiam continuar. Estes testes de avaliação levantaram valiosos dados sobre o desempenho do avião, reatores, sistemas ofensivos, defensivos e seu poder de penetração.

Em 5 de outubro de 1978 o segundo protótipo (n° 74-159) atingiu a velocidade de Mach 2.2.
 
Em 29 de abril de 1981, o programa de desenvolvimento terminou formalmente como último vôo do quarto protótipo, de n° 76-174.

A extinção do projeto coincidiu com a eleição de Ronald Reagan  para a presidência. Logo após a sua tomada de posse o programa foi revigorado, passando a se chamar B-1 B. Este é estruturalmente mais avançado, e emprega uma configuração asas/fuselagem desenvolvida originalmente para um projeto da Rockwell  derrotado na disputa que levou à produção do McDonnell Douglas F-15 Eagle, as entradas de ar tornaram-se fixas, ao invés das variáveis como no projeto inicial. Ao contrário das instalações apertadas do B-52, o B-1 B tem beliches para descanso da tripulação em missões intercontinentais e até um banheiro.

Em 4 de setembro de 1984, o primeiro B-1 B de série (82-0001) saiu da fábrica da Rockwell, tendo o seu batismo de fogo no final de 1990 durante a operação Tempestade no Deserto.

O radar do B-1B é um Northrop Grumman APQ-164 com capacidade multímoda de varredura eletrônica que fornece mapeamento do terreno em alta resolução e permite, modo de seguimento do terreno, dados de velocidade e posicionamento além de informações meteorológicas.

Um fato interessante sobre o B-1B é que ele possui uma suíte de guerra eletrônica extremamente avançada que lhe permite uma alta imunidade contra sistemas de defesa antiaérea. Essa suíte é o sistema EDO Corporation AN/ ALQ-161, que produz interferências contra os radares inimigos e atua de forma integrada ao lançador de iscas infravermelhas. Para despistar mísseis guiados por radar, usa o sistema AN/ALE-50 Towed Decoy System que lança iscas magnéticas que embaralham o radar do missil impossibilitando a ele distinguir o que é o avião alvo. O sistema de alerta de radar (RWR) A N/ALR-56 alerta ao piloto quando o B-1B foi rastreado por algum radar hostil permitindo que o piloto e o navegador tomem as medidas necessárias para se evadir de um ataque.

Características gerais:

Tripulação: 4 tripulantes (comandante da aeronave, co-piloto, oficial de sistemas ofensivos e sistemas defensivos oficial)
Capacidade de carga:  56.700 kg; munições interna e externa combinadas;
Comprimento:  44,5 m;
Envergadura: Asa estendidas 42 m, recolhidas 24 m;
Altura:  10,4 m;
Peso vazio: 87.100 kg;
Motores: 4 × General Electric F101 -GE-102 turbofans  77,4 kN cada
Velocidade máxima: Mach 1,25 (1.335 km / h) na altitude15.000 m;
Mach 0,92 (1.100 km / h) a 60-150 m;
Autonomia: 9.400 km
Teto de serviço: 18.000 m


Post (302) - Março de 2017