20160401

O hipersônico Lockheed Martin SR-72

O SR-72 é proposta da Lockheed Martin para seguir o sucesso do SR-71 Blackbird, nascido durante o período conhecido como o da Guerra Fria, detém o recorde de ser o avião mais rápido que o mundo conheceu, foi aposentado em 1998, deixando o que é considerada uma lacuna de cobertura entre os satélites de vigilância e aviões tripulados em missões de ataque. 


O SR-72, conceitualmente seria uma aeronave de velocidade extremamente alta, não tripulada, que poderia penetrar no espaço aéreo protegido e observar ou atacar um alvo antes de poder ser detectada ou interceptada.
Desde 2007 já se ouvia relatos não confirmados sobre o SR-72, quando várias fontes revelaram que a Lockheed Martin estaria desenvolvendo para a Força Aérea dos Estados Unidos uma aeronave que poderia voar a Mach 6 (7.350 km / h, seis vezes a velocidade do som), também conhecida como "Projeto Aurora".

Para esta aeronave alcançar tal velocidade, a Lockheed, no período compreendido entre 2006 e 2008, teria contado  com a colaboração da Aerojet Rocketdyne na elaboração de um sistema propulsor denominado “Scramjet –powered HTV-3X”, que levaria o SR-72 a ser duas vezes mais rápido que o 71.


O grande obstáculo para o voo hipersônico é que é muito difícil para uma aeronave que voa em velocidade extremamente alta ser capaz de decolar e pousar em pistas convencionais. Configurações do tipo parasita, onde o veículo hipersônico é levantado à altitude por uma nave-mãe maior e, em seguida, lançado em sua missão - é uma resposta - mas esses conceitos têm grandes limitações  de projeto e eles são extremamente complexos e caros.

Para superar este desafio, ter-se-ia que projetar um motor para abranger os regimes de voo em velocidades subsônicas, supersônicas e hipersônicas.  O SR-72 utilizaria de um sistema de ciclo combinado, um motor de turbina para baixas velocidades e um motor de combustão supersônica para as velocidades elevadas. 


Outro problema a ser enfrentado é que ao voar nestas velocidades o atrito aerodinâmico aquece o suficiente para derreter as fuselagens metálicas convencionais, de modo que os engenheiros estariam estudando compostos de carbono de alto desempenho, cerâmica e misturas de metais, tais como os tipos utilizados para os narizes de mísseis balísticos intercontinentais e naves espaciais.
 
Embora o SR-72 estaria sido concebido como um ISR, porem não foram especificadas as cargas que levaria, bem como a sua manobrabilidade a velocidade de Mach 6 a 24.000 m de altitude o que exigiriam centenas de metros para manobras. Quanto ao armamento novos sensores provavelmente terão que ser criados especificamente para operar em tais velocidades.

A construção de um protótipo opcionalmente pilotado está prevista para começar em 2018, teria cerca de 18 m de comprimento, aproximadamente do tamanho de um Lockheed Martin F-22 Raptor. Voos de demonstração estariam previstos a partir de 2023. O SR-72 em tamanho natural é para ser semelhante em tamanho ao SR-71 com 30 m de comprimento, o mesmo alcance e entraria em serviço em 2030.

Em 13 de Novembro de 2013, o Chefe do Estado Maior da Força Aérea, General Mark Welsh  revelou que o serviço estava interessado nas capacidades hipersônicas do SR-72, mas não tinha falado ainda com a Lockheed sobre este assunto.  A sua elevada velocidade é um atrativo para reduzir o tempo de uma operação. 
Ainda segundo Welsh, eles estão buscando a tecnologia hipersônica, mas ainda não têm a capacidade e o material para a construção de um SR-72, não tripulado em tamanho natural. 

Em dezembro 2014 a NASA  concedeu a Lockheed Martin um contrato para estudar a viabilidade de construção de sistema de propulsão do SR-72 usando tecnologias de motores de turbinas existentes. 
O contrato de USD 892.292 financiaria um estudo de design para determinar a viabilidade de um sistema de propulsão TBCC através da combinação de um dos vários motores de turbinas atuais, com uma velocidade subsônica, e ignição dupla Modo Ramjet (DMRJ). 

Acredita-se que em meados da década de 2020, outros países, que estão na corrida, irão produzir e exportar tecnologias aéreas avançadas que poderiam acabar em conflito tecnológico com os Estados Unidos, isso preocupa a Força Aérea.

RQ-180 Northrop Grumman
O SR-72 pode enfrentar desafios significativos para ser aceito pela Força Aérea, como eles estão optando por desenvolver o RQ-180 Northrop Grumman, destinado a  executar a tarefa furtiva de missões ISR em espaço aéreo hostil.  Em comparação com o SR-72, o RQ-180 é menos complexo na concepção e fabricação, menos propenso a problemas com a aquisição, e pode entrar logo em serviço.

A última notícia que se tem é de março de 2016: 

O Lockheed CEO Hewson afirmou que a empresa estava à beira de um avanço tecnológico que permitiria o seu avião hipersônico SR-72 conceitual chegar a seis vezes a velocidade do som, ou Mach 6. Um avião demonstrador hipersônico do tamanho de um caça stealth F-22 poderia ser construída por menos de US $ 1 bilhão" - bem baratinho, não?

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Post (198) - Abril de 2016