20190312

Ryan XV-5 Vertifan


Na década de 1960, os países do bloco da URSS e da OTAN dispunham de muitos programas para aeronaves VTOL. A maioria deles nunca atingiu o status de voo, embora alguns tenham voado pelo menos como protótipos. Um destes foi o Ryan XV-5 Vertifan. 

O desenvolvimento do Ryan XV-5 Vertifan começou em 10 de novembro de 1961, quando o Exército dos EUA emitiu um convite para uma aeronave usando o sistema de propulsão de elevação por ventiladores. Os convidados foram a General Electric e a Ryan Aeronautics. O sistema de elevação por ventiladores era bem diferente de outros sistemas VTOL desta época, por exemplo, como os encontrados no protótipo original do MiG-23 ou no Doak VZ-4. Em vez do escapamento do jato fornecer diretamente o empuxo vertical, o escapamento acionava os ventiladores, que forneciam o impulso para a elevação, com a vantagem de não projetar gases de exaustão quentes para baixo. 
 O XV-5 foi equipado com dois turbojatos J85, dois grandes ventiladores localizados nas asas que proporcionava o empuxo vertical e um ventilador menor localizado no nariz que fornecia o empuxo adicional e o controle de estabilidade. As palhetas montadas nas saídas dos gazes de cada ventilador principal poderiam ser reguladas entre -7 e 45 graus para o controle direcional ao pairar. 

Os XV-5 foram equipados com controles ao estilo de helicópteros, para um melhor manuseio ao decolar e pousar verticalmente. 

Duas aeronaves de teste XV-5A foram aceitas pelo Exército dos Estados Unidos em 26 de janeiro de 1965 e começaram os testes de vôo logo depois disto, na Edwards AFB. 

O XV-5A demonstrou a contendo a sua capacidade de pousar e decolar verticalmente, bem como a transição com sucesso para o vôo horizontal (a transição ocorreu a cerca de 170 km / h). No entanto, houveram alguns problemas. A atitude da aeronave para decolar perfeitamente na vertical era bastante difícil, exigia que o piloto liberasse os freios, os controles de inclinação e a mudança da potência do motor tudo simultaneamente. 

Além disso, a aeronave foi considerada difícil de controlar durante o período de transição, já que não havia um sistema de controle integrado para ambos os modos de vôo. Numerosos outros pequenos problemas foram notados; muitos instrumentos estavam mal colocados e o controle da temperatura da cabine era ineficaz. Mais importante, a visibilidade para baixo era muito ruim quando pairava. 

O XV-5A teve um bom desempenho na decolagem convencional, necessitando de somente uma corrida de cerca de 800 m. A aeronave também teve um bom desempenho durante os pousos convencionais. No entanto, durante as decolagens e aterrissagens verticais, observou-se uma severa turbulência no efeito solo, difícil de controlar. Isso dificultou a aterrissagem em um ponto preciso, ficando as operações limitadas a condições de ventos menores que cerca de 10 km / h, obviamente inaceitáveis ​​para uso operacional. Apesar dessas e outras falhas, o XV-5A foi julgado adequado pelo Exército dos EUA como uma aeronave de pesquisa.



O primeiro protótipo, o XV-5A foi perdido em um acidente fatal em 27 de abril de 1965. A investigação mostrou que isso foi provavelmente quando o piloto acidentalmente trocou a aeronave do modo de vôo horizontal para o vertical. Os testes continuaram com o segundo protótipo, que também sofreu um acidente fatal, ocorrido em 1966 durante testes. 

Veja as paginas 69 a 73 na revista 
Popular Science
Setembro de 1966:


Posteriormente o XV-5 foi considerado pelo Exército dos EUA como um avião que poderia ser usado como apoio aéreo ou como um avião de resgate. Após a queda do segundo protótipo XV-5A, ficou decidido que ele deveria ser reconstruído e isto foi feito recebendo inúmeras melhorias e correções de algumas das deficiências do XV-5A.  Este protótipo modificado foi denominado de XV-5B. 

Além de ser usado para testar as características do VTOL e o conceito do ventilador de elevação, o XV-5B foi usado para testar procedimentos de aproximação para aeronaves VTOL. 

O avião teve sucesso neste papel, mas conclui-se ser um pouco difícil para o piloto lidar como os seus controles. O teste do XV-5B nesta continuaram até 1971, quando a aeronave foi aposentada. Está atualmente em exibição em Fort Rucker, Alabama.

Características gerais:

Tripulação: 2
Comprimento: 13,56 m
Envergadura: 9.09 m
Altura: 4,50 m
Área das asas: 24,18 m 2
Peso vazio: 3.421 kg
Peso máximo de decolagem: 6.169 kg na decolagem convencional 5.579,2 kg na vertical.
Motorização: 2 × Turbojato General Electric J85-GE-5 com ventiladores de elevação acionados por escapamento selecionáveis, 11,82 kN de empuxo cada horizontal
Ventilador principal: 2 × ventilador de elevação com tração nas pontas General Electric X353-5  de 1,59 m de diâmetro, empuxo de 33 kN cada
Ventilador secundário: 1 × General Electric X353-5 Ventilador de elevação com 0,91 m de diâmetro.
Velocidade máxima: 880 km / h
Teto de serviço: 12.000 m



Post (374) – Março de 2019