20150302

Querem tirar os pilotos dos U2s

A aeronave U2 era uma maravilha de seu tempo. Projetado na Skunk Works, a divisão de projetos secretos da Lockheed-Martin, estava décadas adiante de seu tempo. Voando acima de 70 mil pés durante anos foi um pesadelo para os soviéticos, que protestavam enquanto fotografias eram feitas impunemente, de suas bases de mísseis.

A festa acabou quando em 1960 um sujeito chamado Francis Gary Powers descobriu que os mísseis soviéticos haviam evoluído, e atingiam sim alvos a 70 mil pés. Mesmo assim o U2 continuou em uso. Até hoje ele faz pesquisas para a NASA e — talvez — missões em regiões onde o inimigo não tenha a capacidade antiaérea dos russos.
Em teoria ele seria substituído por drones, mas a maioria não tem as capacidades ou a performance do U2. O Globalhawk é exceção, mas ele é danado de caro. Uma hora de vôo sai por US$ 24 mil. O U2 é mais caro ainda, US$ 32 mil por hora, mas isso inclui o piloto.
A Lockheed-Martin está propondo uma mudança radical: por US$ 700 milhões se oferecem para transformar três U2s em drones.
Construiriam um módulo central que ampliaria as asas, adicionando unidades de controle e múltiplos sensores, incluindo capacidade de vídeo em alta definição em tempo real.
Parece caro — e é — mas uma única unidade do Globalhawk custa mais de US$ 200 milhões. O programa inteiro custou US$ 10 bilhões. O U2 está mais que amortizado,  tendo voado pela primeira vez em 1955. Ele se tornaria uma aeronave autônoma, cumprindo suas missões sem arriscar a vida de ninguém.
Isso aliás é impressionante. Um avião-robô do Século XXI não chega aos pés de um equipamento projetado no começo dos Anos 1950, cujo único grande defeito é exigir dois humanos para pilotá-lo. Pois bem, problema resolvido. E ainda dá pra colocar uns 5 kg de C4 no banco do piloto, pra detonar a aeronave se ela pousar na Melhor Coréia.
Fonte site Meiobit
Post (012) - Março 2015