O Handley Page Heyford foi
o maior avião biplano de todos os tempos.
O período entre as duas
grandes guerras mundiais foi uma época de descobertas tecnológicas que levavam
a grandes avanços na aviação. Os motores ficavam cada vez mais potentes o que
permitia também aumentar o tamanho das aeronaves e sua capacidade de carga.
No início da década de
1930 ainda eram raros os aviões monoplanos, predominando os biplanos, e eles
estavam ficando cada vez maiores. O Handley Page Heyford, avião de fabricação
britânica, foi o último desses “pesos-pesados” operados pela Real Força Aérea
britânica nesta época.
O avião entrou em serviço
em 1930 assumindo o posto de bombardeiro noturno, missão que nunca chegou a
desempenhar. Durante a Segunda Guerra Mundial, o biplano não foi para
o front de combate por já ser considerado obsoleto frente à máquina
de guerra nazista, que dispunha de caças potentes, como os FW 109 e 190, o
suficiente para impedir qualquer ação do antiquado avião inglês.
O único momento em que o
avião testou sua capacidade operacional foi em treinamento militar com as
forças armadas francesas, quando partiu da Irlanda do Norte para bombardear
alvos de treinamento na França.
Sem capacidade para entrar
em combate, o aparelho acabou relegado à função de treinamento para tripulações
de bombardeiros mais modernos, como a dupla Wellington e Lancaster. O Heyford
também serviu de plataforma para testar novos engenhos, como o radar embarcado
e um dos primeiros sistemas de reabastecimento em voo.
O avião devia a sua estranha
silhueta a várias características singulares de design: a asa inferior tinha o
dobro da espessura do normal, para permitir alojar mais combustível e armas; a
fuselagem estava unida à asa superior e a metralhadora ventral estava instalada
numa torre de que podia ser descida e trancada numa posição bem abaixo da
fuselagem e assim ter um melhor ângulo para o tiro.
O avião utilizava dois
motores Rolls-Royce de 12 cilindros em linha de 525 cv cada, e podia decolar
pesando até 7.666 kg, vazio pesava 4.173 kg. Tinha uma autonomia de 1.470 km e
podia alcançar até 6.400 metros de altitude, a velocidade máxima de 229 km/h,
mas o mais comum era operar na velocidade de cruzeiro, de meros 185 km/h.
O avião levava quatro
tripulantes: piloto, co-piloto/navegador, bombardeiro/artilheiro e operador de
rádio/artilheiro e podia transportar quase 1.600 kg de bombas em suportes na
asa inferior. O Heyford foi o maior avião biplano da história, com 22,8 metros
de envergadura e 17,6 m de comprimento.
Já totalmente ultrapassado,
o Heyford ainda seguiu com suas funções secundárias até 1941, quando foi
oficialmente retirado de serviço.
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A RAF possuiu 125 unidades
do Heyford, mas nenhuma foi preservada. O museu da RAF em Londres, contudo,
conseguiu algumas partes do avião, como rodas, partes de asas e motores, que se
encontram atualmente em exposição.
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(262) - Novembro de 2016