20160725

O primeiro avião fabricado em série no Brasil

O Muniz M-7 foi a primeira aeronave produzida em série no Brasil.  Foi um avião biplano para dois tripulantes, destinado ao treinamento primário de pilotos. Projetada pelo Major do Exercito Brasileiro António Guedes Muniz,  seu primeiro vôo ocorreu em outubro de 1935.

O exemplar em exposição, fabricado em 1938, 
voou em aeroclubes com a matrícula “PP-TEN”, de 1941 à 1967.

Por iniciativa do industrial Henrique Lage, o protótipo foi construído no Parque Central de Aeronáutica que funcionava no Campo dos Afonsos e os aparelhos seguintes na Fábrica Brasileira de Aviões, na Ilha do Viana no Rio de Janeiro, atingindo o total de 28 unidades entre 1937 e 1941. A Escola de Aviação Militar utilizou 11 aeronaves, sendo as demais destinadas a aeroclubes.
  
Setembro de 1936. 
Linha de produção do M7 na ilha do Viana.
Foi em 1934 que Guedes Muniz decidiu projetar uma aeronave de dois lugares para treinamento, seria um monomotor com estrutura de madeira. O modelo do aparelho foi ensaiado em túnel aerodinâmico, em Paris, e o protótipo foi construído no Campo dos Afonsos. 
A aeronave foi concebida para atender as necessidades do país de aviões de treinamento primário e, dessa forma, o desempenho aerodinâmico foi sacrificado em detrimento da robustez estrutural, em particular no pouso.

Dezenove de setembro de 1936. 
O primeiro avião Muniz M7 de série
em funcionamento e andando 
pelos pátios da recém criada
Companhia Nacional de Navegação Aérea.
Denominada Muniz M-7, a aeronave contava com um motor inglês Gipsy Major, de 130 HP, tinha 7,24 metros de comprimento e 9 metros de envergadura, voava a uma velocidade de cruzeiro de 150 km/h e atingia uma velocidade máxima de 190 km/h, com um alcance de 450 km e teto de 4.000 metros; seu peso completo era de 860 kg.

Durante a construção, Guedes Muniz pode testar várias de suas idéias sobre a produção seriada de aviões no Brasil. 
Janeiro de 1940. Na Ilha do Engenho, 
a entrega da primeira série de aviões Muniz M7.

A Usina Santa Luzia construiu as bequilhas e as rodas fundidas de liga de metal leve para o trem de aterrissagem, a Companhia Nacional de Navegação Aérea construiu os lemes de aço soldado, a tela de algodão para o recobrimento da asa também foi encomendada à indústria têxtil nacional. Muitos outros itens, utilizados nos protótipos e mesmo nos modelos produzidos em série, foram fabricados pela indústria nacional.

Post (237) - Julho de 2016