As principais fabricantes de aviões renovaram recentemente suas
linhas de aeronaves comerciais. Elas ganharam aprimoramentos aerodinâmicos e
novos motores mais econômicos e eficientes. Porem um fator permanece
praticamente inalterado: a velocidade máxima do voo de cruzeiro, ela permanece
praticamente a mesma desde que os primeiros jatos foram lançados.
Por mais que a tecnologia avance, dificilmente os atuais aviões
comerciais vão realizar voos mais velozes. Isso acontece porque eles já voam
muito próximos à velocidade do som. O Airbus A350, por exemplo, têm velocidade
de Mach 0.89, (89% da velocidade do som).
Com a temperatura do ar a 20º C, a velocidade do som é de 1.234 km/h.
Conforme os aviões sobem, a temperatura do ar diminui. Como esta varia de
acordo com a temperatura, ela também é menor em grandes altitudes. A uma
temperatura de -40º C, a velocidade do som diminui para cerca de 1.100 km/h.
Nessa condição, uma aeronave deste tipo tem velocidade máxima de 979 km/h.
Para aumentar a velocidade, é preciso quebrar a barreira do som,
para isto seria necessário rever praticamente todos os conceitos adotados atualmente
nos aviões comerciais.
"Quando um avião quebra a barreira do som, cria uma onda de choque e atrás dele o ar muda completamente de comportamento, pressão, temperatura e resistência. Um avião que funciona bem abaixo da velocidade do som não funciona bem depois", (Shailon Ian, Eng. aeroespacial, presidente da consultoria Vinci Aeronáutica).
Para voar acima da velocidade do som, são necessárias mudanças
significativas nos motores, asas e fuselagem. Em velocidades supersônicas, os
motores atuais simplesmente deixariam de funcionar, as asas perderiam
sustentação e a fuselagem causaria um grande arrasto aerodinâmico. Os aviões
supersônicos usam motores do tipo turbo jato, fuselagem mais fina e asas e flechadas
para trás, completamente diferentes dos aviões comerciais.
O avião franco-britânico Concorde foi o único supersônico de sucesso na aviação comercial. Atualmente, há alguns projetos em desenvolvimento para criar um novo avião supersônico para passageiros. No entanto, o grande desafio segue o mesmo desde a época do Concorde: o consumo excessivo de combustível e elevado nível de ruído para voar a velocidade supersônica.