Conhecido como Edu Chaves, Eduardo Pacheco Chaves
foi um aviador brasileiro pioneiro
nas ligações aéreas entre São Paulo e Santos; São Paulo e Rio de Janeiro, e também entre o Rio
e Buenos Aires.
Foi o primeiro brasileiro a cruzar os céus do
Brasil, na praia de Santos, e a inaugurar a ponte aérea Rio-São Paulo. Todavia,
sua memória quase foi apagada pela ditadura Vargas. Mesmo passados mais de 100
anos, seus feitos ainda são pouco lembrados pela história da aviação
brasileira.
Edu Chaves era filho de Elias Antônio Pacheco e
Chaves e de Anésia da Silva
Prado, uma antiga família de cafeicultores. Nasceu em um casarão da Rua São
Bento na cidade de São Paulo em
18 de julho de 1887.
Fascinado pela aviação, vai para a França com o propósito de tornar-se piloto.
Em 28 de julho de 1911 adquire seu” brevê” de piloto da Federation Aeronautique
Internacionale a bordo de um pequeno
aparelho modelo Bleriot de 25 HP.
Ainda na França, foi o primeiro aviador a relizar vôos
noturnos e primeiro piloto brasileiro a
voar nos céus do Brasil no dia 8 de Março de 1912, na cidade de Santos. Neste
período teve a oportunidade de voar em companhia do aviador francês Roland
Garros em sua breve estadia no
Brasil.
Poucos acreditariam que ele se tornaria um
dos pioneiros da aviação, sendo um dos primeiros a realizar um voo noturno
entre Paris e Orleans. De volta ao Brasil, trouxe na bagagem alguns aviões.
Criou a primeira escola de aviação do país em Guapira, , São Paulo onde empregou os
seus aviões trazidos da Europa.
A ele é conferida a honra de ter realizado o
primeiro voo entre São Paulo e Rio de Janeiro sem escalas, segundo o jornal O
Diário, de 6 de julho de 1914.
"O dia de ontem
assinalou mais um triunfo para a aviação no Brasil. Coube ainda uma vez a Edu
Chaves realizar um "raid" sensacional, vindo de São Paulo ao Rio de
Janeiro em 6 horas e meia, vencendo com admirável segurança um percurso de 450
quilômetros. O arrojado aviador paulista, nessa prova de resistência teve de
vencer dificuldades que não chegaram para impedir a terminação do seu vôo
memorável, desta vez terminado com um absoluto sucesso, aterrando calmamente no
campo de aviação da fazenda dos Afonsos.
Edu Chaves saiu do prado da Mooca em S. Paulo às 9,30 da manhã, tendo
resolvido de surpresa renovar o "raid" que o tornara famoso, alguns
anos atrás, quando uma falsa orientação do terreno o fez cair ao mar, nas
proximidades de Mangaratiba. O aparelho de que se serviu Edu Chave foi um
monoplano Bleriot, com um motor Gromo de 80 cavalos.
O percurso realizado no
"raid" de ontem foi de cerca de 450 kilômetros, vencidos em 6 horas e
meia. Edu Chaves fez o vôo na altura de 2000 metros, subindo a 3000 metros ao
atravessar a Serra do Mar. A velocidade desenvolvida pelo Bleriot foi de cerca
de 80 kilômetros por hora. Foi uma verdadeira surpresa a chegada de Edu Chaves
no campo de aviação da fazenda dos Afonsos. Recebido com efusivas demonstrações
de aclamação, por Darioli, Nicola Santo, Kirk e outros aviadores presentes, Edu
Chaves foi felicitado entusiasticamente pelo "raid" que realizara com
um sucesso tão brilhante.(…)"
Os anos 1920 seriam marcados por uma crise
econômica que acabaria com muitas das fortunas cafeeiras do Brasil. Soma-se
ainda a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, que atrapalhou os negócios do
aviador.
Na Revolução de 1924, por ordens do
brigadeiro Eduardo Gomes, os aviões foram confiscados. Depois disso, Edu Chaves
ficou muito desgostoso e foi morar por muitos anos na França, onde vivia com
recursos de herança familiar.
A década de 1930 foi decisiva na sua carreira,
pois Getulio Vargas assume o comando do país com “mãos de ferro”. Diante de
algumas medidas implantadas pelo governo, as lideranças paulistas entram em
atrito com o governo federal e para acalmar os ânimos Vargas nomeia um interventor em São Paulo.
Por ser de família tradicional paulista, Edu
Chaves foi propositalmente relegado ao esquecimento por Getúlio. Edu Chaves então
abandona de vez a aviação.
Faleceu aos 88 anos em 21 de junho de 1975,
em São Paulo, e deixou escrito às vésperas do primeiro voo, com a coragem que
lhe era peculiar: “Voar amanhã não vai dar graça. Tem que ser agora.”
Origem: Wikipédia, a
enciclopédia livre e Revista a Cigarra de 1921.
Leia
mais em:
http://portalcienciaevida.uol.com.br/eslh/Edicoes/54/artigo272086-1.asp
Postagem (151) - Setembro de 2015
Postagem (151) - Setembro de 2015